“E agora, estamos subindo?”
Quem já leu o livro, A ilha misteriosa do autor Jules Verne, conhece bem essa frase e sabe bem o que se desenrola depois. Mas você sabia que uma ilha misteriosa realmente existiu?
Em 1831, os meses de julho e agosto, como resultado da erupção de um vulcão submarino no Mar Mediterrâneo, surge uma nova ilha que fica conhecida como Ilha Ferdinandea, Ilha Graham ou Ilha Julia.
Como a ilha surgiu por acaso nas águas e sua localização estava no meio das rotas marítimas europeias, seu surgimento desencadeou um conflito em torno da determinação da soberania sobre a ilha, envolvendo quatro Estados: a Grã-Bretanha, a França, a Espanha e o Reino de Nápoles.
A ilha era pouco maior do que um rochedo — tinha cerca de 800 m de diâmetro e estava a 60 m acima do mar —, mas era repleta de possibilidades; muita gente acreditava até que estava testemunhando o nascimento de um novo continente.
No entanto a erupção da ilha cessou e ela entrou rápida recessão, desaparecendo completamente em janeiro de 1832, antes mesmo da disputa dos estados ter sido resolvida. Ao longo dos séculos, a ilha já veio à superfície quatro vezes. Sua primeira erupção submarina registrada data da Primeira Guerra Púnica (264-241 a.C.).
E em 1846 e em 1863 voltaram a surgir pequenas ilhas na zona, aparecendo e desaparecendo em poucos dias. Ao longo vários nomes foram sendo dados as ilhas: Julia, Giulia, Nerita, Corrao, Hotham, Graham, Sciacca e Ferdinandea, entre outras.
O surgimento da ilha, no entanto, serviu de inspiração para diversos autores, entre eles Jules Verne em obras como, a ilha misteriosa e Les mirifiques aventures de maître Antifer.
O autor que é considerado por críticos literários o inventor do gênero de ficção científica, seus livros muitas vezes indicam sobre o aparecimento de novos avanços científicos, como os submarinos, as máquinas voadoras e a viagem à Lua.
Jules Verne é o escritor cuja obra foi mais traduzida em toda a história, com traduções em 148 línguas, e também diversas adaptações para o cinema.
Outros autores como Alexandre Dumas (Le Spéronare) e Fenimore Cooper (Crater), se inspiraram na historia da ilha para escrever suas obras. Até hoje a historia da ilha inspira obras de caráter histórico e fictício.
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